O que fazer com os pertences de quem faleceu?
O momento de lidar com os objetos pessoais e as pendências do familiar que faleceu é difícil para a maioria das famílias e pode prejudicar o processo de luto, que por si só já é um período de desorganização da vida.
12 de agosto
Mas, vale lembrar: devemos ter calma e respeitar o nosso tempo, entender que o processo é doloroso, mas deve ser feito. Além disso, os sentimentos envolvidos no processo de dar um novo destino aos objetos de alguém quem morreu são difíceis de enfrentar.
Algumas pessoas que passam pela fase da raiva podem querer descartar tudo aleatoriamente, na tentativa de extravasar um sentimento muito intenso, por exemplo.
Listamos algumas dicas que podem ser feitas ao tentar destinar os pertences de quem já partiu:
Não tenha pressa
O processo de luto não deve ser apressado e varia de pessoa para pessoa com relação à intensidade e duração. Os familiares que vivenciam um luto muito doloroso apresentam mais dificuldade para lidar com objetos diretamente relacionados com o falecido.
Muitas vezes, amigos e outros familiares descartam os pertences do falecido na tentativa de amenizar o sofrimento de quem sofre mais, pois acreditam que a dor será menor se tiver menos contato. Essa não é a melhor opção.
É importante que cada pessoa, no tempo dela, decida o melhor momento de o que fazer com os bens pessoais do falecido. Faz parte do luto os sentimentos intensos com relação à perda e é preciso tomar cuidado para que outras pessoas próximas não provoquem novas emoções.
Jogue fora o que não for necessário
Comece pelo mais fácil. À primeira vista aparecerão muitas coisas que podem ir para o lixo ou dadas a outras pessoas.
Se ficar na dúvida quanto à importância de algum material, separe para poder avaliar melhor depois ou com outras pessoas interessadas.
Devolva pertences emprestados ou que podem ser valorizados por algum outro familiar ou amigo
O casaco que era seu e ficou com ela (e), o jogo de tabuleiro do primo ou o livro que o amigo emprestou. Peça às pessoas próximas que avisem caso tenha emprestado algum objeto para a pessoa que faleceu e separe-os para a devolução assim que encontrá-los.
Alguns objetos podem não ser valorizados por você, mas podem ser apreciados por outras pessoas próximas a quem morreu.
Separe os pertences que podem ser doados
Roupas e calçados em bom estado, produtos de higiene ainda na validade, alimentos não consumidos, livros e conjuntos de louça sem valor sentimental são alguns objetos que podem ser doados.
A decisão de doar alguns bens pode levar mais tempo e exigir uma avaliação mais criteriosa, portanto não deve ser uma etapa apressada e feita sem julgamentos.
É importante entrar em contato com as pessoas e instituições que podem receber as doações, mas entregue os pertences quando sentir que está pronto para se desfazer deles.
Mexa por último em objetos de valor sentimental
Recomenda-se que os objetos de valor sentimental sejam deixados por último porque condensam muitas lembranças e sentimentos a respeito da perda que podem ser muito intensos para o enlutado.
São esses bens que merecem um espaço na reorganização que o luto implica para a vida de quem passa por ele. Guardar os objetos mais valiosos ao invés de vários outros menos importantes é algo que geralmente ocorre em uma fase mais avançada do luto, como na aceitação ou readaptação, mais conhecida como fase final.
Encontre um novo espaço para as lembranças físicas do falecido
Uma caixa geralmente é o que se recomenda para guardar as lembranças físicas de alguém que faleceu. O importante é que o de mais valor sentimental seja guardado de forma com que o enlutado sinta estar respeitando àquelas lembranças.
O processo de organização e descarte dos pertences de alguém que faleceu envolve muitos aspectos complexos e dolorosos. Algumas pessoas têm mais dificuldade do que outras e, por isso, vão precisar de mais ou menos, ajuda.
Buscar ajuda de outros familiares e amigos ao longo deste processo pode fazer uma grande diferença, mas ajuda profissional também se faz muito necessário.