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A perda de um filho: como lidar com esta dor

Motivação

10 de março

A perda de um filho: como lidar com esta dor

 

A perda de filho implica num tipo muito particular de luto. A situação demanda adaptações nos aspectos individuais de cada um dos pais e extensivo à família, quanto ao enfrentamento dessa dor, citada por muitas pessoas como a mais profunda que possa existir.

Ocorre que a perda de um filho muda todo o sistema familiar. E diante dela, a sociedade precisa aceitar o fato e apoiar os familiares envolvidos da melhor maneira possível.

Significados da perda de um filho:

Quando há o falecimento de um filho, perdemos também, nossa perspectiva de futuro. Tudo o que programamos para realizar, nos anos que ainda vão chegar, precisa ser revisto. São sonhos e projetos alterados, além de nossa vontade, e a sensação de que não seremos capazes de seguir nossas próprias vidas. Um filho não representa apenas a extensão biológica dos pais, ele é responsável por um aspecto emocional na vida do núcleo familiar: pai, mãe, irmãos, avós, tios e primos. Devido a essa corrente, vem a sensação de que perdemos um pedaço de nós mesmos. E junto dela, um vazio bastante doloroso.

O luto pela partida de um filho desperta sentimentos de culpa e revolta. Seja o luto paterno ou o luto materno, as fases que precisam ser vividas por todos que perdem um ente querido, se repete neste caso. Porém, com mais intensidade. E, em alguns casos, por muito mais tempo.

Fé e outras crenças são questionadas

É comum, diante da revolta e desespero habituais, que os pais venham a questionar Deus ou o universo sobre as razões da morte. Questiona-se a nossa própria fé que, até então, nos fazia acreditar que tudo tem um sentido, um propósito. Mas para entender, aceitar a morte e ter forças para seguir em frente, é necessário enfrentar um processo. E nele, é preciso levar em conta algumas questões:

  • Como era o relacionamento dos pais com este filho?
  • Qual a idade do filho que partiu?
  • Qual a causa da morte, doença ou acidente?
  • Os pais têm outros filhos? Quantos?
  • Qual a estrutura e as circunstâncias do casamento do casal?

Devido à dimensão da dor e à dificuldade em lidar com a perda, é provável que os pais, ambos ou um deles, passe a apresentar transtornos físicos, como:

  • Dores de cabeça;
  • Cansaço excessivo;
  • Diarreia;
  • Insônia;
  • Distúrbios gastrointestinais;
  • Diabetes;
  • Perda de peso;
  • Retardo psicomotor;
  • Palpitações;
  • Estresse;
  • Perda do desejo sexual.

Ajuda profissional

Nesse caso, a ajuda profissional e especializada é fundamental. O ideal é consultar um médico e também um psicólogo para dar início a uma terapia. Todas as relações familiares são impactadas pela perda. Mas, sem dúvida, o casamento dos pais é o que mais sofre. O tamanho desse impacto depende muito das características do relacionamento. Se eles moram juntos, brigam muito ou convivem bem, enfim, há vários aspectos emocionais envolvidos. O diálogo é a única forma para enfrentar melhor um momento tão delicado. É preciso que todos expressem com liberdade o que estão sentindo e recebam apoio e entendimento. A dor guardada é muito mais pesada. Quando falamos sobre ela, repartimos e tende a ficar mais leve, suportável.

O distanciamento entre as pessoas e o isolamento só pioram a situação. É preciso resgatar todo o estoque de força e coragem que temos dentro de nós. Até porque, na maioria dos casos, há outros filhos que também demandam a atenção dos pais e isso serve para qualquer idade. Mesmo adultos, precisam desse suporte. Portanto, os pais devem evitar:

  • Elogiar em demasia o filho que partiu;
  • Fazer comparações com os outros filhos;
  • Dizer que a vida acabou, não levando em conta a presença de outros filhos;
  • Não dar a devida atenção ao sofrimento dos filhos que ficam.

 

A união, inclusive em situações difíceis, auxilia na recuperação. Evidente que a presença do filho que partiu jamais será substituída, mas o tempo pode amenizar a dor e fazer da saudade um alento pelos bons momentos em memória daqueles que mais amamos! 

 

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